Brasília - DF




30 março 2009

Carrinho ou sling?


Quem já leu alguns dos meus textos sabe que acompanho o blog da Rosa Pomar por suas fotografias, seus lindos slings e outros trabalhos manuais, mas sobretudo por seus textos que trazem informações históricas que considero bastante interessantes.

Semana passada saiu um post que gerou bastante polêmica. Em seu texto, ela defende o uso do sling ao invés do carrinho, e muitas pessoas se manifestaram gerando uma discussão bem acalorada. Algumas mães ficaram indignadas por ela desprezar o tão querido carrinho e outros acessórios in-úteis que nos vendem como indispensáveis, por isso venho aqui dizer o que acho dessa estória toda.

Minha primeira filha foi criada com o auxílio do carrinho, pois eu não sabia da existência dos slings. Tive como acessório um carregador tradicional, conhecido como canguru, que usei poucas vezes pela dificuldade (sentia necessidade de outra pessoa para me ajudar a colocar e tirar) e porque só podia carregá-la em uma posição (sentada de frente para mim, com as pernas soltas). Não dei muito jeito.

O carrinho serviu bastante pois era onde ela dormia nos primeiros meses, ficava ao lado da minha cama para facilitar a amamentação à noite e servia como um berço em qualquer lugar onde eu fosse. Foi um uso normal, como fazem todas as mães de hoje: fecha carrinho, bota no carro, abre o carro, tira o carrinho, vai ao restaurante, entra com carrinho sem espaço, arruma um lugar, sai com carrinho empurrando todo mundo, fecha o carrinho, bota no carro, abre o carro, abre o carrinho e leva pra casa.

Ou então vamos à padaria: sai com o carrinho, aqui não dá pra passar porque tem escada, vai por ali, tem que subir meio-fio, atravessar no meio da rua correndo, não dá pra ver o bebê direito por causa da sombrinha, entra na padaria com aquele monte de gente, vai pra fila deixando todo mundo desajeitado, volta pra casa. Ufa.

Com a segunda filha, assim que dei à luz providenciei um sling. Fiquei fascinada com a idéia de poder transportá-la junto ao meu corpo, de vê-la sempre próxima, de sentir seu calor e poder amamentar em público com discrição. Além, é claro, de não precisar carregar o carrinho (que, convenhamos, é um trambolho) para todo lugar que eu fosse. Também tem a questão da segurança. Costumo carregar as meninas onde quer que eu vá e esses passeios incluem feiras, shoppings e locais de grande circulação. No sling, percebi que a Cora ficava protegida e longe de sacolas, caixas, escapamentos de carros e uma série de outras coisinhas desagradáveis. E mais: eu podia também dar a mão para a Maria!

Então ficou assim: com a segunda filha o carrinho foi bastante útil nos primeiros meses, pois deixava próximo à minha cama e durante uma viagem ele serviu de berço tempo integral. Fora isso, acreditem, pouco o utilizo, e quando vamos a algum passeio penso: carrinho ou sling? Acabo preferindo o sling pela praticidade e pela delícia que é carregá-la comigo. Então revezamos: agora que ela está maior passa um tempo andando, outro no meu sling e outro no sling do pai.

Refletindo sobre isso, o saldo foi o seguinte: eu poderia passar essa segunda maternidade sem o carrinho, sem grandes transtornos! E vejam bem, não é só porque vendo slings que digo isso. É justamente o contrário: por gostar tanto e ver que muitas mães queriam fazer o mesmo é que comecei a fazê-los :)

Acho que é bem isso o que a Rosa quis mostrar. Ela nos convidou a refletir como criamos nossos bebês e que nem tudo o que todos fazem é o melhor, ou o mais certo. Que existem opções, às vezes muito melhores para alguns, nem tanto para outros, mas a opção existe - e temos o poder de escolher, de decidir.

3 comentários:

Bel disse...

Amiga, oiiii! Você tem que colar esse seu texto como comentário lá no post da Rosa. É muito esclarecedor. Vale a pena. Muitas beijocas com saudades. Bel.

Taicy Ávila disse...

Eu sou mamãe de 1ª viagem, e comprei meu sling e meu carrinho ainda no enxoval. Usei mto o carrinho até uns 3 meses de idade, pois ainda estava me adaptando ao sling, não usava direito... À medida q fui aprendendo a slingar o carrinho foi ficando cada vez mais e mais de lado! Agora, q Cauã tem 1 ano e 5 meses... o carrinho tá APOSENTADO, largado num canto, juntando poira. Já o sling: agora tenho uma COLEÇÃO de 11 slings! ehheeheh Não saio de casa sem sling! rs...

Marina Abreu disse...

Se tivéssemos bebê hoje, Taicy, provavelmente não teríamos o carrinho, não é? Incrível isso, inimaginável... mas dá pra viver sem ele!