Brasília - DF




21 novembro 2010

LasCholitas entrevista: Taicy Ávila :)




Conheci a Taicy pesquisando textos de puericultura na internet. Entrei no seu blog e logo vi que tínhamos algo em comum. Pelo entusiasmo com que ela falava dos slings, fiquei curiosa e virei detetive: queria saber tudo sobre ela!

No Orkut, encontrei inúmeras fotos dela slingando o Cauã, cada hora com um sling diferente. Não resisti e mandei uma mensagem: "Ei, quantos slings vc tem?" Ela logo me responde: "Doze". Precisa dizer mais?!

Pra completar, descobri que ela também mora aqui em Brasília. Ontem pudemos nos conhecer pessoalmente no encontro de slings na Boobambu, ela deu uma aula de pouch sling e de quebra levou um sling LasCholitas de presente :)

Por ser uma figura assim, tão mãe e slingueira, eu tinha que fazer uma entrevista com ela. A gente sempre aprende mais um pouquinho, né?

Enjoy!





Marina: Como vc conheceu os slings?
Taicy: Quando engravidei, descobri uma comunidade do Orkut, chamada “Gravidez: a Caminho de um Sonho”, com muitas informações e trocas de experiências entre gestantes e mães de bebês. Eu nunca havia ouvido falar de slings, babywearing nem sobre a teoria da extero-gestação. Mas na comunidade haviam muitos tópicos interessantes sobre esses assuntos, então fui lendo tudo, me informando por lá.

Achei a idéia dos slings interessantíssima pois, como psicopedagoga, já sabia da importância da proximidade entre mãe e bebê e do contato pele a pele para o desenvolvimento físico e mental das crianças. Eu já conhecia os “cangurus” industrializados, mas não simpatizava com eles, pois me pareciam desconfortáveis. Minha irmã havia comprado um quando meu sobrinho mais velho nasceu, mas nunca conseguiu usá-lo, exatamente por achá-lo desconfortável. Então me encantei pelos slings feitos de pano, que me pareciam muito mais leves e confortáveis para as mães e para os bebês.

No entanto, eu tinha medo de comprar um sling e não aprender a usá-lo corretamente, pois não conhecia pessoalmente ninguém que usasse esses carregadores, e nunca havia visto um sling ao vivo e a cores. Fui conversando e tirando minhas dúvidas com as outras mães lá da comunidade, e também com as fabricantes de slings que haviam por lá (que, por sinal, também eram todas mães de crianças pequenas, e haviam começado a fazer slings por conta dos próprios filhos). Até que enfim resolvi comprar meu 1º ring sling, que chegou pelo correio aqui em casa, poucas semanas antes do Cauã nascer.

Hoje esse ring sling não pertence mais ao Cauã, mas sim à Antonella, filha da Samantha, uma amiga que também conheci pelo Orkut, e mora em Foz do Iguaçu. A Samantha tem um filho da idade do Cauã, e recentemente ganhou mais uma menininha. Quando estava grávida da Antonella, ela comentou comigo que tinha vontade de usar sling com os bebês, mas tinha medo de não aprender a slingar. Daí eu mandei o sling do Cauã de presente, e hoje ela já está craque em slingar com a Antonella!




Marina: Como aprendeu a usá-los?
Taicy: Eu tinha muito receio de comprar um sling e não conseguir usá-lo. Mas as meninas lá da comunidade foram me passando segurança, diziam que eu podia comprar que todas me ajudariam a aprender a slingar.

Na internet tem muita informação disponível. Existem diversos vídeos no Youtube, em português e em inglês, que ensinam a usar os diversos carregadores, nas mais variadas posições. Também existem muitos blogs de fabricantes de slings com informações sobre babywearing. Além disso, diversos fabricantes de slings também disponibilizam manuais sobre o uso de carregadores em seus sites.

Porém, o maior auxilio que obtive pra aprender a usar slings, foi na comunidade do Orkut que já citei aqui. Eu colocava o Cauã no sling, tirava fotos e postava na comunidade. Daí as outras mães viam as fotos e iam me ensinando, mostrando o que eu estava fazendo certo e onde estava errando, me davam dicas de vídeos, sites e tudo mais. Foi assim que aprendi a slingar.
A Jô (Josélia Toledo) que foi a fabricante do meu primeiro sling, também me ajudou demais, através de chats na internet e de e-mail. Eu mandava todas as minhas dúvidas pra ela, e ela sempre respondia com a maior atenção e carinho. Conversamos tanto, que hoje somos grandes amigas, e “madrinhas virtuais” dos filhotes uma da outra!

Marina: Quantos e quais tipos de slings vc tem?

Taicy: Meu 1º sling foi um ring verde (sling de argolas), de tricoline com elastano, e com bolso estampado de sapinhos rsrsrs. Demorei um pouco para começar a usá-lo, pois o Cauã nasceu PIG (pequeno para a idade gestacional) e ainda por cima eu tive inúmeros problemas com amamentação, devido à mamoplastia que fiz quando tinha 16 anos. Então Cauã precisava de muita atenção, eu o amamentava com sonda, levava-o três vezes por semana ao Banco de Leite Humano, para acompanhar o ganho de peso dele. Em meio a tantas preocupações, até me esqueci da existência do sling!


Porém, quando Cauã estava prestes a completar os 2 meses de idade, as coisas já estavam um pouco mais tranqüilas em casa, daí me lembrei de experimentar nosso sling. No começo tive um pouco de dificuldade, mas depois que peguei “o jeito da coisa”... me APAIXONEI pelo babywearing!

A partir daí comecei uma verdadeira “coleção” de slings heheheehehe! Fui descobrindo os diversos tipos de carregadores e tinha vontade de experimentar todos! Além do mais, vi que eu não podia ter “apenas” um sling. Eu precisava ter, no mínimo, dois, pois nessa época eu passava grande parte do dia com o Cauã penduradinho em mim, seja porque ele estava com cólicas ou gases, que aliviavam instantaneamente quando eu o colocava no sling. Ou porque eu estava trabalhando no computador, terminando as correções da minha dissertação de mestrado, que eu estava prestes a defender, e colocava o Cauã dormindo agarradinho a mim enquanto eu digitava. Então nunca podia colocar o pobre do sling pra lavar hehehehe!

Assim sendo, comprei mais um ring sling. E depois fui comprando mais carregadores de outros tipos, mas todos de tecido e ergonômicos, nada de “canguru”. Hoje tenho dois ring slings tradicionais, um ring sling petit, dois ring slings de banho (em dry fit), quatro pouch slings , dois mei tais e um wrap! E ainda pretendo aumentar minha coleção!!! Não apenas por modismo ou consumismo, mas porque realmente uso MUITO todos os meus sling.

Cada um tem suas vantagens: adoro embalar o Cauã pra dormir no pouch ou no ring sling; para passear na rua, já prefiro usar o wrap ou o mei tai, pois acho que eles distribuem muito bem o peso do bebê pela nossa coluna, e deixam as mãos de quem os carrega 100% livres mesmo. Os slings de banho eu uso pra tomar banho de chuveiro ou de piscina com Cauã, e pretendo estreá-lo num banho de mar em janeiro, se nossa viagem de férias der certo!


Marina: Na sua opinião, que diferença o uso de slings faz e/ou fará na vida do Cauã?
Taicy: Todas as pessoas que conhecem o Cauã ficam espantadas com o quanto ele é um bebê tranqüilo, alegre e super sociável. Cauã é a simpatia em pessoa, dificilmente chora ou faz birra, mesmo se aproximando dos dois anos de idade, também conhecidos como “terribles twos” hehehehe. Eu acho que o sling foi uma grande contribuição para que Cauã seja assim hoje.
Como psicopedagoga, eu já sabia da importância do vínculo entre mãe e bebê ao longo de todo o 1º ano de vida da criança. Essa é a época em que a criança desenvolve, segundo a psicanálise, o sentimento básico de confiança em si e também no próximo, aqui são lançadas as bases da auto-estima e da personalidade.

Como mãe, também descobri e me apaixonei pela teoria da extero-gestação, que conheci atrás dos livros do Dr. William Sears, do Dr Harvey Karp, do Dr Carlos Gonzales e de Elizabeth Pantley.

A presença e disponibilidade da mãe (e do pai), a sua capacidade de atender as necessidades do bebê, não apenas de alimento, mas também e principalmente, de oferecer aconchego, carinho, segurança e MUITO COLO são fundamentais para que o bebê se desenvolva com saúde, não apenas física, mas também emocional e cognitiva. E o sling é um grande instrumento que ajuda mães e pais a fazerem isso. Proporciona aconchego e proximidade a toda a família, faz com que seja mais fácil atender à grande necessidade de contato físico dos bebês. E ajuda os pais a compartilharem de sua vida com a criança desde cedo.
Ao contrário daqueles antigos mitos, segundo os quais não se pode pegar “muito” a criança no colo, porque se assim for ela ficará chorona, dependente, manipuladora etc... hoje sabemos que carinho NUNCA é “demais”! Quanto mais os pais forem capazes de atender às demandas do bebê por contato físico, em tenra idade, mais segura e tranqüila será a criança! Por isso eu digo sempre que Cauã está sendo criado à base do “colinho em livre demanda”!

Eu tenho um sério problema de tendinite (síndrome do túnel do carpo) e não conseguiria carregar o Cauã no colo por muito tempo sem a ajuda do sling. Além disso, o sling é utilíssimo em todos os tipos de passeios que fazemos com o nosso bebê. Uso o sling desde momentos em que vou ao comércio, fazer compras no verdurão, na padaria etc., e até pra levá-lo às consultas do pediatra. Até mesmo em momentos de lazer, quando vamos ao Cinematerna, ao museu ver uma exposição, tomar banho de piscina no clube (pra isso que serve o sling de banho, hehehe!) ou mesmo uma simples visita a amigos e parentes.

Mesmo em casa, eu uso o sling diariamente. Como eu não pude amamentar, procuro compensar um pouco isso slingando bastante com o Cauã. Ele só toma mamadeira no colinho da mamãe, deitadinho no pouch, assim procuro ao menos reproduzir o aconchego e a proximidade que o ato de amamentar proporcionam ao bebê. Também uso o sling todas as noites, na hora de embalar o Cauã para dormir. Coloco-o no pouch e embalo-o pelo tempo que for necessário... e SEM me cansar nem sentir dor no braço, pois ele está dentro do sling.


Hoje eu não apenas uso sling, mas mostrei a todas às minhas amigas mais próximas, que também tiveram bebês recentemente, como slingar! Quase todas adoraram e se tornaram adeptas do babywering também!

Ah e o meu “medo” de slingar com um bebê recém nascido já passou! Uma grande amiga minha, Clarissa, teve um filhotinho prematuro e de baixo peso, chamado Samuel. Quando Samuel ainda era recém nascido, com menos de 2 kgs, eu levei um dos slings do Cauã pra Clarissa experimentar com ele, mostrei a ela como usar nas posições barriga com barriga e deitado. Foi muito legal, porque assim vi que não é nenhum bicho de 7 cabeças slingar com um bebê pequenininho! Se eu tivesse um filho hoje... já sairia da maternidade de sling eheheheh! A propósito, acho q vale a pena dizer que o Samuel agora já tem 9 meses de idade, pesa mais de 10 kg (ficou enorme!) e slinga com a mamãe dele até hoje!



Justificar

Marina: Vendo você tão adepta do babywearing, fico imaginando... Que uso vc faz dos carrinhos de bebê?
Taicy: Pra ser bem sincera... meu carrinho de bebê tá encostado aqui em casa, só serve pra juntar poeira kkkk! Enquanto Cauã era pequeno e ainda não rolava sozinho, até uns 3 meses de idade, eu ainda usei bastante o carrinho, pois ainda não estava tão habituada a slingar quanto sou hoje. Então o carrinho era uma maneira prática de ter o bebê junto a mim quando eu estava ocupada com alguma tarefa doméstica, como preparar uma refeição, lavar louça, esterilizar as mamadeiras dele etc. Mas assim que Cauã começou a rolar sozinho ele simplesmente não aceitava mais ficar deitadinho no carrinho, enquanto eu estava fazendo alguma coisa.

Para sair de casa também era bem difícil com o carrinho a tiracolo, pois o meu era do tipo “berço” e por tanto grande e pesado pra carregar. Então eu troquei o meu carrinho por outro, do tipo “guarda-chuva”, na esperança de que ele fosse mais prático. Ledo engano o meu kkk! Carregar aquilo pra mim também era um TRAMBOLHO, ainda mais pra quem tem tendinite, como eu! Era mais um peso pra carregar, além do peso do bebê e das bolsas! Eu ainda levava o carrinho quando saía de casa, mas com o tempo, fui percebendo que isso, além de incomodo, era INÚTIL, pois Cauã gostava mesmo era de ficar no meu colo ou no chão.

Então decidi aposentar o carrinho de vez. Tá aqui, encostado num canto rsrsrsrsrs! Pra dizer a verdade, se eu tivesse outro filho hoje, nem compraria carrinho no enxoval, no lugar dele, adquiriria uma bela coleção de slings, de todos os tipos e estampas!

Marina: Me fala um pouco do seu blog?


Taicy: A internet foi uma ferramenta de pesquisa muito útil para mim durante a gestação, e continua sendo até hoje. Aprendi muitas coisas nas comunidades do Orkut dedicadas às gestantes e à puericultura, e também nos blogs de babywearing. Por isso resolvi fazer um blog, onde pudesse compartilhar com outras mulheres as minhas descobertas de mãe de 1ª viagem, e criei um blog com esse título. Atualmente, com Cauã já grandinho (ele está com 1 ano e 5 meses e não pára quieto um segundo, parece que vive ligado em 220 volts!) e com minha volta ao trabalho, tem ficado difícil atualizar o blog. Mas sempre que tenho tempo, dou uma passada por lá!
...






Taicy de Ávila Figueiredo, mãe do Cauã Francisco desde maio de 2009, tem 34 anos de idade. É casada com Roberto há dez anos e ambos são professores na rede pública de ensino do DF. Ela é formada em Pedagogia, com habilitação em Orientação Educacional, pelo UniCEUB. Tem especialização em Psicopedagogia Clínica e Intitucional pela UnB e também é Mestre em Psicologia: Processos de Desenvolvimento Humano e Saúde por essa mesma instituição. Desde 1996 atua como professora de Educação Infantil e Ensino Especial.


Ela escreve no blog Mãe de 1a Viagem.

11 comentários:

Débora disse...

Parabéns pela entrevista!

Sou ex-amiga virtual e graças a Deus, agora real da Taicy e sou prova do quanto ela gosta de slingar! O Cauã é um encanto e super simpático, como a mamãe! Eu e meu filho Levy já slingamos no avião com um mei tai do Cauã...

Taicy Ávila disse...

Deba, que susto! Comecei lendo "sou EX amiga da Taicy..."
Pensei logo o q eu tinha feito pra vc se tornar minha ex amiga!!!! kkkkkkkkkkk
Indabem q agora somos amigas, digamos, de "cerne e osso" neh rs...

Slinguinho - Carregadores de Bebês e Bonecas disse...

Bela entrevista!
A Taicy é ótima mesmo!!! :D

Marina Abreu disse...

Débora, o Cauã, além de simpático, é um atleta. Passou a manhã subindo e descendo do escorrega enquanto conversávamos! O pai então, era um treinador incansável :)

Slinguinho, obrigada pela visita!

Beijocas :*

Cecilia e Helena disse...

Que legal a entrevista, Marina, parabéns!
Beijão
Helena

Marina Abreu disse...

Obrigada, Helena!

Taicy Ávila disse...

Pequena correção: eu TINHA doze slings. Mas agora, contando com 1 pouch lindão q ganhei da "Las Cholitas" + 1 wrap q comprei recentemente + 2 pouchs q comprei recentemente + os outros 12 slings q eu já tinha= um total de DEZESSEIS slong! rs... Será q eu sou maníaca? rs...
bjks

Unknown disse...

Estava comentando agora com a Taicy. Ainda bem que não fui a entrevistada, senão as respostas seriam:
"Aonde ouviu falar de sling? Taicy.
Como aprendeu a usar? Taicy.
Aonde soube dos vários tipos de slings? Taicy.
Qual seu nome? Tai... Clarissa."
rs
Enfim, se tem uma pessoa que merece ser entrevistada e que realmente entende do assunto é ela!
Parabéns! Pela historia, pelas vitórias, pelas superações! Tenho certeza q o Cauã sabe agradecer direitinho com os sorrisos e beijinhos! Obrigada por tudo! Samuca também agradece!
Bjs

Marina Abreu disse...

Taicy, vc não quer que eu te responda, né? (cri, cri... cri, cri...)Rs!

Clarissa, ri muito do seu post!

Kkk...

M♥

Laurí disse...

Nossa, amei a entrevista! E vê-la slingando com o filho já grandinho é um super incentivo, o meu não pesa nem 10kg e eu quase não coloco ele mais no sling. Preciso rever isto já!rsrs
beijos,
Lauri

Taicy Ávila disse...

LAURI, o cauã já tem 1 ano e meio, mas é pequenininho, agora tá pesando 9,5 kg e medindo 79 cms! rs...
Mas mesmo q ele fosse maior, ainda assim acho q eu o carregaria no sling! Tenho tendinite e agora arrumei tb uma "bendita" inflamação no nervo ciático. Ou seja, impossivel, pra mim, carregar o filhote no colo sem a ajuda do sling rs...