Mamães ``canguru´´

Em palestra, as três principais produtoras de slings de Brasília ensinaram a usar o porta-bebê. O acessório oferece praticidade à mãe e garante conforto à criança

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Foto: Tatiana GamaMarina Abreu utiliza o pouch sling, que não contém fechos nem argolas

Em comemoração à Semana Internacional de Incentivo ao Uso do Sling, que aconteceu de 6 a 12 de outubro, a academia Boobambu reuniu três produtoras da cidade – Marina Abreu, Tatiana Gama e Maristela Holanda –, que explicaram o uso e as diferenças de três tipos de slings. Foi uma oportunidade para as mães testarem o acessório e tirarem suas dúvidas.
“O sling foi criado por sociedades coletoras e nômades. As mães africanas precisavam carregar seus filhos e, ao mesmo tempo, caminhar, cozinhar e fazer movimentos com os braços”, explica Marina. O pano carrega de recém-nascidos a crianças de até três anos. Tatiana esclarece que é fundamental que a mãe se adapte ao sling, teste vários tipos para descobrir qual é o melhor para a idade da criança e respeite a anatomia e o desenvolvimento do bebê, não colocando-o em posições que forcem a coluna. “O tecido se adapta ao corpo da criança, permitindo várias posições e, por isso, acalma o neném”, diz. O contato com a mãe transmite aconchego e segurança ao bebê, estreitando os vínculos familiares.

Wrap Sling
Tatiana Gama, consultora e produtora de babywearing, conta que conheceu o sling quando estava grávida de seu filho Hugo. “Soube pela internet, me interessei e comecei a procurar mais informações. Até que, um dia, me deparei com um site australiano que mostrava uma mãe usando o wrap sling e praticando ioga ao mesmo tempo. Me apaixonei, pedi informações para a dona do site e aprendi tudo sobre o tema”. Tatiana passou a pesquisar tecidos para descobrir qual era o melhor para carregar o bebê no clima tropical brasileiro, até encontrar uma malha suave e maleável o suficiente para não machucar nem a criança e nem a mãe.

Pouch Sling
Faixa de pano costurada de forma a criar um círculo, o pouch sling não contém fechos nem argolas. “A costura é curva para se adaptar à anatomia da criança”, conta Marina, que chama o pano de express sling, pela praticidade para colocar e tirar. As duas filhas da produtora, Maria e Cora, são acostumadas desde pequenas a serem carregadas no sling e se sentem muito confortáveis. Cora, de 3 anos, serviu de modelo para demonstrar as posições no acessório e se mostrou totalmente à vontade no pouch e no wrap sling. Bebês recém-nascidos podem ser carregados de forma parecida com a fetal, proporcionando melhor desenvolvimento psicomotor. Os maiores podem ficar sentados na frente e até nas costas da mãe. Assim como o sling de argola, o pouch permite que a mãe amamente de forma discreta e em qualquer lugar, sem muito trabalho.

Sling de argola
Maristela Holanda é a principal fonte de slings de argola em Brasília. Ela alerta para os acessórios feitos com materiais inadequados. “Argolas de plástico, madeira, acrílico, cromadas, de ferro, achatadas e com emendas são superperigosas. Além de não serem fortes o suficiente para suportar o peso do bebê, podem rasgar o tecido”, frisa. As argolas seguras são as de inox, sem emendas e cilíndricas, as de alumínio e nylon, que são testadas e aguentam até 400 kg. As mães que levaram seus slings para aprender a usá-los descobriram que a maioria não era segura o suficiente.

Satisfação

A analista de sistemas Graciela Moronte, grávida de oito meses de Larissa, foi à palestra para conhecer melhor os tipos de porta-bebês. Ela já tem uma filha de 2 anos, Luana, e acha que o acessório vai ajudá-la a sair com as duas meninas. “Posso carregar o bebê no sling, uma bolsa com as coisas e ainda segurar Luana pela mão”, comenta.

Colaborou a estagiária Juliana Contaifer